Em 1880, João Franco de Moraes Octávio vendeu a Fazenda Monte Alegre para um grupo encabeçado por Francisco Schmidt. Antes disso, o fazendeiro havia desmembrado as terras onde hoje se encontra a Vila Tibério e doou para Tibério Augusto Garcia de Senne, seu genro. Tibério Augusto, que era agrimensor, começou a vender glebas da área que se tornaria o futuro bairro que teria seu nome. Em 1885, com a inauguração da Estação de Ribeirão Preto, da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, o preço dos terrenos subiu com o aumento da procura, pois muitos ferroviários trouxeram familiares e queriam morar próximo ao trabalho. Ainda, neste período final do século XIX, chegaram, para viver na Vila, trabalhadores das fazendas de café da vizinhança, famílias de migrantes vindas da Itália. Em 1911, foi inaugurada a cervejaria da Cia. Antarctica Paulista e seus operários passaram a adquirir casas nas proximidades. Em 1912, o Antigo Banco Constructor transferiu a parte pesada da indústria para os galpões da Vila Tibério. No dia 12 de março de 1914, um decreto de Dom Alberto José Gonçalves, primeiro bispo da Diocese de Ribeirão Preto, criou a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, na Vila Tibério. Em 1918 era fundado o Botafogo Futebol Clube, que, apesar de ser um clube de futebol, valorizou muito o comércio local e foi uma das âncoras para o desenvolvimento do bairro.
Em torno desses pilares, Mogiana, Antarctica, Banco Construtor, Igreja e Botafogo, o bairro se fortaleceu e atraiu novos empreendimentos, como fábricas de sapato, de vidro, cerâmica, pequenas indústrias, armazéns, bares e diversas lojas. Até o final dos anos 50, a Vila Tibério produzia metade da riqueza da cidade. No início dos anos 60, a Estação da Mogiana foi para o Jardim Independência e o Botafogo construiu seu novo estádio na Ribeirânia. A cerâmica, o frigorífico e a fábrica de vidros fecharam, assim como as fábricas de sapato e, no final da década de 90, a cervejaria deixava de funcionar. Hoje, a Vila Tibério é um bairro com um comércio diluído por quase todas as ruas. A Avenida do Café, que corta o bairro, existe enquanto meio de passagem desde o tempo áureo do café, quando uma estrada de ferro ligava a Estação Ribeirão Preto à Fazenda Dumont, com ramal para a Fazenda Monte Alegre, passava pela avenida. Somente em 1949 passou a chamar-se Via do Café e, em 1966, Avenida do Café. Ligando o câmpus da USP ao centro da cidade, a avenida tem um comércio dinâmico e é também um importante corredor gastronômico.