A região onde hoje encontramos Ribeirão Preto, São Simão, Batatais e Cajuru, foi habitada originalmente pelos índios Caiapós, tribo que pertencia ao grupo linguístico Jê. No final do século 17, os bandeirantes já passavam pela região, a caminho do ouro de Goiás. Em 1722, uma expedição levou apenas 20 dias para ir a pé e de montaria de São Paulo até o Rio Grande. A rapidez da expedição deixa claro que o trajeto já era bem conhecido. Isso indica também que havia moradores por ali muito antes. A partir da redescoberta do ouro em Goiás, este percurso passou a ser mais transitado e conhecido como “Caminho de Goiás”. Este trajeto passava pelos atuais municípios de Mogi Mirim, Casa Branca, próximo de Cajuru e de Batatais. Apesar da inscrição no brasão de armas de Ribeirão Preto “Bandeirantium Ager” (terra de bandeirante), nenhum bandeirante pisou no nosso Município. (Fonte 1)
Povoamento No início da ocupação da área onde hoje se encontra a cidade de Ribeirão Preto existia um conglomerado de fazendas, a maioria teve como origem o apossamento pacífico de terras que o tempo legitimara e que as heranças consolidaram. A fazenda Barra do Retiro marcava o centro da área que viria a se tornar o município de Ribeirão Preto. A maior parte destas terras era ocupada pela família Reis de Araújo, que habitava esta região desde 1811. (Fonte 2)
São Sebastião No dia 2 de novembro de 1845, no local conhecido por “Fazenda Palmeiras”, foi fincada uma cruz de madeira como tentativa de demarcação de um patrimônio para a futura e desejada capela. José Mateus dos Reis, dono da maior parte desta fazenda, fez a primeira doação de terras “sob a condição de, no terreno, ser levantada uma capela em louvor a São Sebastião das Palmeiras”. A devoção ao santo padroeiro tem a ver com a origem do devoto, que tinha ascendência portuguesa e procedência mineira. Mas, a Igreja não aceitou as terras, por entender que eram insuficientes. Mais tarde, em 1856, foram doadas novas terras, agora para o lado das fazendas do Retiro e Barra do Retiro, entre o ribeirão Preto e o córrego do Retiro, sendo que os doadores respeitaram a escolha do padroeiro, mantendo-o para a formação do patrimônio, que passou a ser chamado de São Sebastião do Ribeirão Preto. Em 1868, estava construída a Capela que foi habilitada para a celebração de ofícios religiosos e, coincidentemente, a “provisão” foi dada por Dom Sebastião Pinto do Rego, Bispo de São Paulo. (Fonte 3)
Fundação O ano de 1856 é considerado como o da fundação da cidade. A freguesia cresce rapidamente e no ano de 1871 é elevada à categoria de município, com a denominação de Vila de São Sebastião de Ribeirão Preto. No ano de 1879, tem o nome alterado para Vila de Entre Rios, mas, em 1881, recupera sua denominação anterior. Em 1883, com a chegada do trem, a população segue crescendo, iniciando-se então uma época de desenvolvimento e progresso. Uma das suas principais atividades era o cultivo do café. Suas terras vermelhas favoreciam o cultivo e a região se converteu no maior centro produtor de café do Mundo. A Diocese de Ribeirão Preto foi criada em
1908 pelo papa Pio X e seu primeiro bispo, Dom Alberto José Gonçalves, tomou posse em fevereiro de 1909. A cidade continuou seu crescimento até o ano de 1929, quando a quebra da Bolsa de Nova York motivou um período de decadência para todo o município, que não se recuperou tão cedo. Mesmo assim, o Teatro Pedro II, símbolo do poder da sociedade cafeeira, inaugurou-se no ano de 1930. Em meados do século XX Ribeirão recebeu a Faculdade de Medicina, uma das mais importantes do Estado do Estado de São Paulo, a população começou então a recuperar-se da crise. Sua principal atividade econômica continuava a ser a agricultura. A cana-de-açúcar cresce e toma o lugar do café, como principal produto agrícola. Hoje em dia, além de ter o comércio e a prestação de serviços como pontos fortes da economia, a educação merece destaque, pelo número de universidades, centros universitários e faculdades.
Fontes:
1 – Ribeirão Preto: da Figueira a Barra do Retiro (José Antônio Lages)
2 – Ribeirão Preto: A Dinâmica da Economia Cafeeira de 1870 a 1930 (Luciana Suarez Galvão Pinto)
3 – História de Ribeirão Preto (Rubem Cione)